Fase regional de Concursos de Queijos Artesanais é realizada em Beltrão
Escolher os três melhores queijos artesanais entre 41 amostras. Esta
foi a difícil tarefa dos quatro degustadores que participaram como jurados da
segunda etapa do Concurso de Queijos Artesanais do Paraná realizada no dia 20
de outubro durante evento da Unicafes PR (Federação das Cooperativas da
Agricultura Familiar e Economia Solidária) em Francisco Beltrão.
Tão difícil que ao final, devido ao empate em um dos critérios, foram
selecionados quatro vencedores da etapa Território Sudoeste, que contou com
representantes de 17 municípios. Os selecionados participarão da etapa final a
ser realizada em julho de 2018, em um grande evento no Mercado Municipal.
Os vencedores foram: Altair Renato Bach, de Santa. Isabel D’Oeste;
Cleci Polidoro, de Verê; Jacob Klein, de Salgado Filho, e Martinazzo e sua
esposa, a queijeira Roseli Martinazzo, de Itapejara D’Oeste.
Promovido pela Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e
Extensão Rural), o concurso tem por objetivo identificar e promover a produção
de queijos artesanais da Agricultura Familiar paranaense, valorizando a cultura
alimentar e o saber fazer dos queijos diferenciados (curados) e, assim,
contribuir para a agregação de valor por meio do desenvolvimento da
agroindústria.
Os jurados do concurso são degustadores com experiência em outros
concursos e outras regiões produtoras de queijo. Nesta segunda etapa foram
convidados: Clóvis Dorigon, Pesquisador da Epagri/SC e Coordenador Nacional do
Grupo de Queijos Artesanais do Slow Food; Andréia Badaró, professora do curso
de Engenharia de Alimentos da UTFPR, Campus de Francisco Beltrão; Fabiane
Picinim de Castro, professora do curso de Engenharia de Alimentos da UTFPR,
Campus de Francisco Beltrão, e Christophe Gabriel de Lanoy, consultor.
Para o jurado Clóvis Dorigon, a avaliação foi um desafio. “É
surpreendente ver a qualidade dos queijos da região, o que demonstra que o
Brasil produz sim bons queijos”, assegurou ao observar que, neste setor, o
Brasil está em um caminho similar ao do vinho”.
Dorigon ressaltou que o grande entrave é a legislação, que dificulta,
entre outras coisas, a produção a partir do leite cru, que garante melhor
qualidade ao queijo ressaltando as características artesanais. “Temos que
trabalhar na adequação da legislação e buscar políticas públicas de incentivo à
produção. É preciso investir no leite cru, mas para isso precisamos vencer a
barreira da sanidade animal, trabalhar no combate à tuberculose e a brucelose”,
considerou.
Ainda de acordo com Dorigon, para sair da informalidade a maioria dos
produtores investe no queijo a partir do leite pasteurizado, o que faz com que
o queijo perca o diferencial e, consequentemente, reduz o valor agregado.
De acordo com a Coordenadora Estadual de Negócios e Mercados da
Emater, Mary Stela Bischof, a iniciativa visa incentivar não somente os
vencedores de cada etapa do concurso, mas também os agricultores para que
voltem a fazer o queijo com valor agregado na perspectiva de uma fonte de renda
importante e também perspectiva da sucessão familiar no campo. “Porque tendo
uma atividade que agrega mais valor, você com certeza vai incentivar os
próprios filhos dos agricultores a permanecer com qualidade de vida no mundo
rural”, considerou.
Um dos problemas já identificados e que dificultam a produção do
queijo artesanal é a legislação. “Devido
à dificuldade de adequação à legislação vigente, muitos agricultores deixaram
de reproduzir o queijo artesanal e começaram a entregar o leite para laticínios
e com isso o valor agregado é pequeno”, explicou. Mary Stela cita o exemplo da
utilização de queijos na alta gastronomia, que hoje, às vezes importa queijos
de outros países ou de outros estados, deixando de valorizar o produto local
regional.
A avaliação dos produtos foi feita com base em seis critérios: cor,
aroma, sabor, textura, aparência e consistência. “Mas o que vai dar a característica
principal é a qualidade do leite. Por isso que uma das exigências é que todo o
leite utilizado para esta produção atenda os critérios de boas práticas desde a
ordenha”, afirmou Mary Stela.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Unicafes-PR
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